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A bússola da fomação filosófica

  • Foto do escritor: Ivo Fernando da Costa
    Ivo Fernando da Costa
  • 26 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de fev.

Por onde começar seus estudos?



Essa é uma pergunta que me fazem com frequência no meu Instagram (@prof.ivofdacosta). É sempre uma alegria ver tantas pessoas interessadas em crescer intelectualmente, buscando uma compreensão mais elevada e profunda da realidade e das questões fundamentais sobre Deus, o mundo e o homem.


No entanto, esse desejo muitas vezes esbarra em uma dificuldade: por onde começar? Diante de centenas de grandes autores e literalmente milhares de livros, teses e artigos produzidos todos os anos, a vastidão do campo filosófico pode parecer intimidadora.


Sem um norte, é quase certo que nos perderemos nessa verdadeira selva de ideias. Por isso, minha proposta é oferecer-lhes uma espécie de bússola para a formação filosófica.


Essa bússola se estrutura em dois grandes eixos: um relacionado ao método e outro ao conteúdo. O eixo metodológico divide-se em duas perspectivas: a pessoal e a impessoal. Já o eixo do conteúdo se desdobra em dois aspectos: o intensivo e o extensivo. Dessa combinação resultam quatro abordagens essenciais para o estudo da filosofia:

Quatro abordagens para o estudo da filosofia


  1. Sistemática – Trata-se de uma abordagem impessoal e intensiva, na qual um tema específico é estudado de maneira sistemática, a partir de uma introdução geral. Suponhamos, por exemplo, que queiramos saber mais sobre metafísica: nessa abordagem, inicia-se com uma introdução geral e estruturada ao tema.


  2. Histórica – Aqui, o estudo se dá de modo impessoal e extensivo, acompanhando o desenvolvimento de uma questão ao longo da história da filosofia. No caso da metafísica, por exemplo, isso significaria uma introdução à história da disciplina, analisando sua evolução e transformações ao longo dos séculos.


  3. Individual – Essa é uma abordagem intensiva e pessoal, em que se estuda uma questão pontual dentro da obra de um autor de referência. Seguindo o exemplo da metafísica, poderíamos analisar diretamente a Metafísica de Aristóteles ou o comentário que Santo Tomás fez dessa obra.


  4. Comparativa – Aqui temos uma abordagem extensiva e pessoal, em que um mesmo tema de interesse é analisado a partir das obras de vários autores ao longo da história. Aplicando à metafísica, poderíamos comparar as concepções de Aristóteles, Santo Tomás, Ockham e Escoto.


Com essas quatro abordagens, já podemos traçar um roteiro para o estudo da filosofia. Suponhamos que alguém esteja começando do zero, sem qualquer noção prévia do que é a filosofia ou de quais são seus temas centrais.


Alguns sugerem a seguinte ordem: 3, 2, 1, 4 – ou seja, começar diretamente pelas obras clássicas dos grandes autores, depois estudar a história da filosofia, amparada por um bom livro sistemático, e, por fim, fazer um estudo comparativo entre diversos autores. O problema desse caminho é que, muitas vezes, quem está iniciando não tem ainda a bagagem filosófica necessária para enfrentar diretamente um clássico.


Por isso, minha sugestão é outra: 1, 3, 2, 4. O ideal é começar com uma introdução geral e sistemática à filosofia, para adquirir as bases conceituais fundamentais. Em seguida, estudar um autor clássico diretamente, pois são os grandes filósofos da tradição perene que nos fornecem os princípios essenciais para uma visão sólida do mundo, do homem e de Deus.


Uma vez sedimentados esses fundamentos, amplia-se o escopo com a abordagem histórica, analisando a evolução das ideias filosóficas ao longo do tempo. Por fim, chega-se à abordagem comparativa, colocando em diálogo diferentes concepções filosóficas e formando, assim, uma síntese própria.

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